quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Obesidade atinge 15% das crianças no País

Avaliado como epidemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), excesso de gordura na infância aumenta chances de vida adulta com problemas de saúde
Falta de atividade física e alimentação inadequada. Esses são os grandes responsáveis pela obesidade infantil, condição que se caracteriza pelo excesso de peso nas crianças brasileiras e pode provocar o surgimento de problemas de saúde como diabetes, infecções respiratórias e de pele, problemas cardíacos, excesso de gordura no fígado e má formação dos ossos. “As crianças ganham peso principalmente por terem mal hábitos alimentares e estilo de vida sedentário. Só para se ter uma idéia, quando uma criança come um pacote de biscoitos ela ingere, em média, o equivalente a uma refeição completa, tratando-se de calorias. Porém, ficam muito a baixo do necessário em nutrientes e vitaminas para um crescimento forte e saudável”, explica o médico Giuliano Antonelli.
Outro problema grave causado pelos quilos a mais está no impacto na auto-estima, principalmente se levarmos em conta que 30% das crianças obesas em idade pré-escolar tem 30% de chances de virar um adulto acima do peso. “Isso acontece com certa freqüência pois não temos o hábito de reeducar nossa alimentação. O papel dos pais está em fornecer alimentação balanceada para os filhos, com frutas, verduras, legumes, carne, leite e, claro, desde que seja moderado, doces, sorvetes e frituras”, comenta. “Não se deve privar a criança de comer o que ela gosta, mas deve-se impor limites”.
A falta de atividade física também é um fator importante para o desenvolvimento da obesidade infantil. A criança sedentária tem o dobro da probabilidade de se tornar obeso na fase adulta. Não só no Brasil, mas nos Estados Unidos, Austrália e Reino Unido, a obesidade infantil vem crescendo ano após ano. Segundo o Ministério da Saúde de Portugal, 31,5% das crianças de 7 a 9 anos tem excesso de peso e 11,3% são obesas. Com base nos crescentes números, a Organização Mundial de Saúde (OMS), classifica hoje a obesidade infantil como epidemia que traz conseqüências a longo prazo, principalmente doenças cardiovasculares.
“Não é só dentro de casa que há o estimulo para a crescente quantia de crianças acima do peso. Nas escolas, o poder público, seja Estadual ou Municipal, precisa se preocupar com a qualidade da alimentação que é oferecida e realizar um controle nutricional. Para muitas crianças, essa é a primeira e mais importante refeição do dia e precisa ser equilibrada para sustentar e dar energia, sem exageros em gorduras, frituras, açúcares e sal”, enfatiza o endocrinologista.
A reeducação alimentar fica mais fácil com acompanhamento médico e de nutricionista para crianças que estiverem muito acima do peso. Também é importante estimular os pequenos a praticarem esportes, fazer academia ou realizar caminhadas, desde que de modo correto e sempre orientada por um profissional. Quanto antes se começar o controle, antes iremos diminuir o índice da obesidade infantil em milhões de brasileiros.
“Uma dica para evitar a obesidade infantil é que as crianças tenham alimentação colorida e com horários regulares, evitando longos períodos sem alimentação. Os lanches da tarde devem conter leite, frutas, cereais e beber bastante água para manter o corpo sempre hidratado. Devem ser evitados alimentos gordurosos, lanches tipo fast-food, salgados, frituras e refrigerantes”, destaca.
Fonte:  A Tribuna

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