Avaliado como epidemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), excesso de gordura na infância aumenta chances de vida adulta com problemas de saúde
Falta de atividade física e alimentação inadequada. Esses são os grandes responsáveis pela obesidade infantil, condição que se caracteriza pelo excesso de peso nas crianças brasileiras e pode provocar o surgimento de problemas de saúde como diabetes, infecções respiratórias e de pele, problemas cardíacos, excesso de gordura no fígado e má formação dos ossos. “As crianças ganham peso principalmente por terem mal hábitos alimentares e estilo de vida sedentário. Só para se ter uma idéia, quando uma criança come um pacote de biscoitos ela ingere, em média, o equivalente a uma refeição completa, tratando-se de calorias. Porém, ficam muito a baixo do necessário em nutrientes e vitaminas para um crescimento forte e saudável”, explica o médico Giuliano Antonelli.
Outro problema grave causado pelos quilos a mais está no impacto na auto-estima, principalmente se levarmos em conta que 30% das crianças obesas em idade pré-escolar tem 30% de chances de virar um adulto acima do peso. “Isso acontece com certa freqüência pois não temos o hábito de reeducar nossa alimentação. O papel dos pais está em fornecer alimentação balanceada para os filhos, com frutas, verduras, legumes, carne, leite e, claro, desde que seja moderado, doces, sorvetes e frituras”, comenta. “Não se deve privar a criança de comer o que ela gosta, mas deve-se impor limites”.
A falta de atividade física também é um fator importante para o desenvolvimento da obesidade infantil. A criança sedentária tem o dobro da probabilidade de se tornar obeso na fase adulta. Não só no Brasil, mas nos Estados Unidos, Austrália e Reino Unido, a obesidade infantil vem crescendo ano após ano. Segundo o Ministério da Saúde de Portugal, 31,5% das crianças de 7 a 9 anos tem excesso de peso e 11,3% são obesas. Com base nos crescentes números, a Organização Mundial de Saúde (OMS), classifica hoje a obesidade infantil como epidemia que traz conseqüências a longo prazo, principalmente doenças cardiovasculares.
“Não é só dentro de casa que há o estimulo para a crescente quantia de crianças acima do peso. Nas escolas, o poder público, seja Estadual ou Municipal, precisa se preocupar com a qualidade da alimentação que é oferecida e realizar um controle nutricional. Para muitas crianças, essa é a primeira e mais importante refeição do dia e precisa ser equilibrada para sustentar e dar energia, sem exageros em gorduras, frituras, açúcares e sal”, enfatiza o endocrinologista.
A reeducação alimentar fica mais fácil com acompanhamento médico e de nutricionista para crianças que estiverem muito acima do peso. Também é importante estimular os pequenos a praticarem esportes, fazer academia ou realizar caminhadas, desde que de modo correto e sempre orientada por um profissional. Quanto antes se começar o controle, antes iremos diminuir o índice da obesidade infantil em milhões de brasileiros.
“Uma dica para evitar a obesidade infantil é que as crianças tenham alimentação colorida e com horários regulares, evitando longos períodos sem alimentação. Os lanches da tarde devem conter leite, frutas, cereais e beber bastante água para manter o corpo sempre hidratado. Devem ser evitados alimentos gordurosos, lanches tipo fast-food, salgados, frituras e refrigerantes”, destaca.
Fonte: A Tribuna
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